Dia 19 de abril assumiu a Presidência da Academia Soledadense de Letras a Escritora e Professora Universitária Maria Leda Lóss dos Santos e como vice-presidente Elomar Parizzoto. A entidade segue a regra que o vice-presidente seja o sucessor da próxima gestão , sendo assim Maria Leda que era até então a vice-presidente assume a Academia, , segundo ela este é um “acordo de cavalheiros e Damas”, que é referendado pelos demais integrantes .
Para Maria Leda assumir a Academia “é um compromisso com a cultura, um compromisso com a cidadania, pois Soledade está próxima a completar 150 anos de sua existência e assumir a Academia é um compromisso com este legado com está história, é um desafio, nunca estamos preparados para uma função , ocorre durante o exercício dela, temos uma equipe muito boa, um grupo muito unido, vamos procurar fazer o melhor e dentro de nossas possibilidades.”
A Academia Soledadense de Letras foi fundada em 17 de dezembro de 2009, tendo 13 anos de existência, Maria Leda coloca que foi um momento de inspiração do confrade Nicácio Lima que propôs a um grupo de pessoas , que assumiram este compromisso, neste período de criação se inspiraram na Academia Passofundense de Letras que tem quase 80anos.
Este grupo se reúne semanalmente ressalta Maria Leda para discutir cultura, propor atividades culturais, o grupo se enriquece nestes encontros, no pensar a cultura não só nas letras, artes, artes plásticas, na literatura, poesia ,musica, historiadores, pessoas que tem capacidades de pesquisa de resgatar a cultura e a memória cultural de um povo importantes para o seu desenvolvimento .
Os Acadêmicos são um grupo se sócios que pagam mensalmente uma mensalidade, sustentam as suas ações a sua sede é alugada, um espaço no centro da cidade ao lado da Rádio Cristal, onde tem uma biblioteca com um acervo doadas, em torno de 2000 volumes de obras reverenciadas e representativas . Maria Leda salienta que não existe repasse financeiro nenhum para a Academia .Existe um espaço cedido pelo poder público, que é o Castelinho junto a praça onde é um ponto de referencia da Academia, tem duas funcionárias do município uma em cada turno, para atender as pessoas, divulgar questões turísticas e as obras lançadas pela Academia.
Os Acadêmicos não tem apoio do poder público para suas publicações, somente quando participam de projetos que são abertos para toda a comunidade, como é o Projeto do Município que se chama Garimpando Escritores e Lapidando Leitores, que selecionam os projetos e apoiam publicações.
Maria Leda refere que está estruturando um plano de trabalho junto com a diretoria, onde darão continuidade aos projetos já existentes e pretendem criar outros. A Academia segundo ela atua ativamente na feira do livro que ocorre anualmente no município, com Stands e palestras, contribuem em comissões de avaliações de projetos culturais do município e de obras, esta em andamento a elaboração da edição da revista anual de educação , onde tem uma representante da Academia está fazendo parte, participam de conselhos municipais como o de turismo, e o da cidade educadora, estão se engajando na organização de uma publicação que está resgatando os 125 anos de história emancipação politica administrativa do município. Segundo Maria Leda eles participam muito da vida cultural e educacional da cidade.
Desde sua fundação muitas obras literárias foram publicadas pelos pensadores, intelectuais da Academia, muitas saíram das fronteiras do município. Para Maria Leda a fundação da Academia motivou muitas demandas de publicações passando de uma centena , como uma series históricas , livros publicados por historiadores locais, livros de poesias, DVD de poesias, obras com pesquisas acadêmicas, sobre escravidão, obras de cunho literário, livros infantis e muitos outros. A própria entrevistada tem livros publicados acadêmicos e literários, como a história da nossa gastronomia. Para ela a leitura e a literatura é que nós qualifica como humanos, desenvolve a criatividade e o senso critico.
Para Maria Leda “a criatividade se desenvolve com arte cultura pensamentos diversos, abrir as fronteiras de pensamentos nas diferentes áreas. Por exemplo não adianta termos essa riqueza de pedras no município e não sabermos o que fazer, não é só arrancar da terra e mandar bruta, quanto mais qualificada for nossa comunidade melhor uso fazemos de toda essa riqueza que existe na nossa região preso pela criatividade e o senso critico, que as pessoas não tenham medo de dizer a sua palavra de defender suas ideias isso é fundamental para que uma comunidade se desenvolva e não seja mera executora de atividades pensadas por outras.”

Tem que existir em uma comunidade cultura e criatividade relata Maria Leda , relacionando a criatividade e arte, ela comenta que ficou lisonjeada com o que foi proposto para sua filha Monica Loss que é uma artista plástica que reside nos Estados Unidos, durante a Exposol Feira Internacional de Gemas e Pedras Preciosas, onde ela vai realizar uma exposição de arte contemporânea no Museu da Pedra, que quando do seu planejamento este conceito de museu foi pensado por ela, vai mostrar um trabalho com rejeito têxtil e de pedras preciosas, trabalho que faz parte de uma serie maior que se chama Oferenda. Isso é cultura ressalta Maria Leda a arte contemporânea, assim como a poesia contemporânea tem seu valor onde o leitor constrói o significado, necessitamos segundo ela de espaços técnicos adequados para expor obras de arte, poesias , livros. Precisamos pesquisar exercitar nossas memórias, desenvolver nossa criatividade isso é importante para o desenvolvimento do povo. Finaliza Maria Leda.
Por: Inácio Marin Lupatini