Depois do trabalho voluntário, dedicado e com muito amor, as jornadetes se despedem da jornada
O relógio marca nove horas e imediatamente os portões de entrada para a Jornadinha são abertos. A estudante do 7° semestre de psicologia, Tanara Arioli, mal consegue falar seu nome e é chamada para ajudar a distribuir o material e confirmar o cartão de entrada das crianças que já estavam apostos na fila. Eles tinham horário, tudo tem que estar em sintonia… erro do repórter que chegou tarde demais.
Os Jornadetes é como são chamados os voluntários que trabalham na Jornada, nos espaços como a lona principal, tendas (loninhas), catracas, atendimento dos autores, sessões de autógrafos, deslocamento entre as lonas e outras atividades. A lista de afazeres é grande e a vontade de fazer também, o sorriso no rosto é natural, todos querem ajudar.
O jornalista que vos fala errou. Errou em tentar uma entrevista no horário errado. O imprevisto não se repetiu, no turno da tarde, com a estudante do 8º nível de História, Patrícia Vivian. Enquanto trabalhava na fiscalização de uma das lonas menores, a estudante falou um pouco da emoção de viver a Jornada, que se fazia presente na sua vida acadêmica antes mesmo da sua do acontecimento do evento. Patrícia estava entre os 350 agentes de leitura, que atuavam nas escolas, debatendo as obras, que estariam presentes evento. Depois do retorno, dado pelos alunos das escolas participantes, ela sentiu mais vontade de participar como voluntária. “Eu me candidatei porque queria ter essa experiência nova, ter contato com os estudantes que vem de locais diferentes, de escolas diferentes, e ver o rosto delas.”, comenta a jornadete. Quando se trata da formação de leitores, Patrícia acredita que foi plantada a semente da leitura. “Eu acho que é uma sementinha, que vai brotar em cada um. É muito bacana, em mim já brotou.”.
Na despedida do turno da noite, conversei com a irreverente coordenadora das jornadetes – na verdade uma das coordenadoras – Cleufe Guimarães, que também é funcionária da UPF. Ela destaca o empenho dos voluntários, que já vinham se organizando antecipadamente. “Tivemos quatro reuniões, com mais de 100 participantes, apresentamos o que iria acontecer, quais as funções de cada um dentro da jornada, horário de entrada e saída.” A coordenadora aponta na seleção de voluntários a grande diversificação de cursos, em que alunos das mais diferentes áreas se dispuseram a participar do evento sem ganhar nada.
“Quem não tem muito acesso a isso e enxerga de trás, vê a forma como estão reagindo ao show… foi maravilhoso pra mim.”, declara a estudante do 6° nível de Letras, Marlon Souza, um dos responsáveis por trabalhar na lona Suassuna. “A gente ajudava a organizar as escolas, evitar que tivessem acidentes, porque a maioria do show envolvia os atores correndo no meio do palco, interagindo com a plateia.”, lembra o estudante.
A chuva tomou conta do espaço, a despedida da jornada parece que trouxe lágrimas do céu, não só as jornadetes, mas o jornalista, que aqui continua, saímos com um sorriso no rosto, com o sentimento de mais um trabalho voluntario realizado com sucesso.
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