17h10min. No meio da “Sagração da Palavra” de Paulo Becker e Humberto Gessinger – música tema da 14ª Jornada Nacional de Literatura – houve uma queda de luz no Centro de Convivência da Universidade de Passo Fundo. Mas, em momento algum, as pessoas que lotavam a praça de alimentação suspenderam os flashes ou o pedido de autógrafos aos escritores Ignácio de Loyola Brandão e Gonçalo Tavares.
[stextbox id=”custom” caption=”O desafio de escrever” float=”true” width=”200″]“Uma vez, eu escrevi vinte páginas em um dia. Depois, levei um mês para conseguir transformar essas vinte páginas em duas”.
Gonçalo Tavares[/stextbox]
O Café Literário proporcionou aos presentes um momento de descontração e cultura em meio ao corre-corre de acadêmicos entre uma aula e outra. Logo de cara, Loyola já deu a letra de como ia ser a conversa: “Eu pedi uma cerveja, disseram que não tinha. Pedi um vinho, disseram que não tinha. Então, pensei, vamos tomar um café mesmo, já que não tem jeito”. Entre os risos e as conversas paralelas, os autores leram trechos de livros, comentaram suas obras e conversaram entre si sobre suas características literárias.
O português Gonçalo Tavares revelou algumas curiosidades sobre a sua forma de escrever e contou um dos grandes desafios: editar o texto. “Uma vez, eu escrevi vinte páginas em um dia. Depois, levei um mês para conseguir transformar essas vinte páginas em duas”. Tavares citou como exemplo uma frase de Blaise Pascal, que encerra sua carta dizendo: “Fiz esta carta tão longa porque não tive tempo de fazê-la mais curta”.
A conversa informal de pouco mais de uma hora terminou com uma forte salva de palmas e com fãs rodeando a mesa improvisada no centro da praça de alimentação em busca de uma foto ou um autógrafo do seu ídolo. Tavares, carinhosamente, atendeu todos os pedidos e obteve reconhecimento de todos que fizeram fila em busca de uns rabiscos na folha de rosto dos livros – em sua maioria a obra “Jerusalém”- e que, sabiam, aquilo representava muito mais que uma assinatura.
Confira um trechinho da conversa entre Loyola e Tavares:
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