Será que uma imagem vale mais que mil palavras?
Talvez. Mas não somente imagens. É preciso muito mais que isso. É preciso ler as entrelinhas de um texto e olhar além das ilustrações.
“A literatura além do verbal”. Esse foi o tema abordado no Simpósio Internacional de Literatura Infantil e Juvenil, que aconteceu na manhã desta quarta-feira no auditório da biblioteca central da UPF.
Mediados pelo professor João Luis Ceccantini, os debatedores convidados foram Gustavo Bernardo, professor de Teoria da Literatura no Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o pesquisar literário venezuelano Fanuel Diaz e o ilustrador e escritor Roger Mello.
Falando sobre literatura e realidade, o professor Gustavo inicia o debate dizendo “que sempre falta algo para a realidade; nunca vemos o todo das coisas, não sabemos nem o todo de nós mesmos”, mas que é preciso dividir o objeto em partes para poder entendê-lo.
A literatura por si só já nos leva para além do verbal, criamos fantasias e histórias em nossa cabeça, chegamos a nos colocar no lugar dos personagens, criando nossa própria aventura.
Roger Mello diz que o livro sempre foi imagem + palavra, sendo indissociável um do outro, sendo necessário fazer a leitura das imagens também. “Estamos sempre preocupados com a literatura verbal, com o texto em si, e deixamos de lado essa linguagem além do verbal, deixando de ensinar isso para nossas crianças” acrescenta Mello.
O venezuelano Fanuel Diaz trouxe presente os sentimentos representados através das cores e metáforas também. As cores (e a falta delas) criam atmosferas, dão vida à história. O pesquisador ainda diz ter uma preocupação: “com toda essa tecnologia que já está ao alcance das crianças, tenho medo que no futuro percamos a capacidade de falar, pois a comunicação hoje se dá muito através de mensagens de texto e pelas redes sociais; temo que não possamos mais ler um poema ou conversar pessoalmente…”
Para finalizar, o professor Gustavo Bernardo diz que o enigma da literatura não deve ser resolvido, e sim pesquisado, explorado, não só o texto mas a imagem também, explorar em todos os ângulos, continuar “na busca da exploração dos sentidos” .
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