
Professor Mourão trabalha com educação para surdos e ministra oficina até a sexta-feira, dia 30.
Interagir com o espaço-visual para se adaptar e descobrir o mundo ao seu redor é uma das características dos surdos, que criaram uma cultura própria, onde a ausência da audição não os impede de aproveitar ao máximo todas as experiências cotidianas. A surdez, aliás, não é uma deficiência ou doença: ser surdo é uma questão de diferença de idioma, pois a linguagem utilizada é por meio de sinais – libras – enquanto a do ouvinte é sonora. Assim como aprender inglês ou espanhol, aprender linguagem de sinais torna qualquer pessoa capaz de se comunicar com os surdos de forma eficiente.
A 15ª Jornada Nacional de Literatura tem as portas abertas para todos os públicos. Quem é surdo pode sentir-se em casa com a Oficina Literária, ministrada pelo prof. Cláudio Mourão, que atua de forma constante junto à educação voltada aos surdos. Mourão faz de suas palestras uma motivação para que este eles possam aprender sempre mais – e, especialmente a partir da oficina, aproveitar a Jornada com todas as coisas boas que ela oferece.
Cláudio conhece muito bem seu público alvo: nasceu surdo e começou a se interessar em dar palestras participando de eventos e seminários, e adquirindo conhecimento. Hoje faz palestras com o intuito de mostrar para os surdos que eles são capazes de ser quem quiserem, e não se limitar por causa da surdez. “Quando eu falo sobre a cultura surda e dissemino isso na sociedade, os jovens surdos podem me ter como modelo, não ficando na esfera de deficiência e vendo que podem fazer tudo”, conta ele na linguagem de libras.
As oficinas abordam a literatura surda, os benefícios que ela traz, a estrutura dos poemas, narrativas e outros diversos assuntos literários. São acompanhadas pelas intérpretes de libras Andréia Mendiola Marcon e Emanuele Dal Asta, voluntárias da Jornada, mas o conhecimento pode ser aprendido até para os ouvintes que não conhecem libras.
Desenvolver o gosto pela literatura, interagir com o mundo, adquirir conhecimento e trocar experiências fazem parte da Oficina de Literatura Surda, que terá a cada dia um pouco mais sobre diferentes assuntos, construindo entre surdos e ouvintes uma sociedade que se integra livre de preconceitos e diferenças. A oficina acontece até a próxima sexta-feira no Laboratório de Informática da UPF, sala 101.
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