Transformar a realidade em fantasia é muitas vezes o pontapé inicial para a um escritor começar a criar uma obra. A tarde do dia 30, na 7ª Jornadinha Nacional de Literatura foi justamente regada de ótimos exemplos de realidade colocada na ponta do lápis. As “loninhas” – onde ocorrem os debates com alunos do ensino fundamental – receberam mais um rodízio de autores e contadores de história, foi um momento para o criador e suas criações sintonizarem seus pensamentos e objetivos com vorazes leitores de Passo Fundo.
Patrícia Barboza é escritora da série As Mais e contou ao público o porquê de escrever livros para meninas: “Quem acha difícil entender a cabeça das meninas? Meu livro é quase que um curso de pós-graduação para os meninos entenderem a cabeça delas. Eu escrevo para ajudar os meninos e desmistificar os estereótipos femininos.” Falou também da sua relação com a internet, dizendo que através das redes sociais consegue se conectar com os leitores do mundo inteiro e ficar sabendo do que eles estão gostando ou não.
“Se eu pedisse um livro no outro dia ele trazia para mim. Ele tinha um quarto forrado deles.” Essa foi a fala do escritor, roteirista, redator e editor brasileiro Ivan Jaf sobre o seu maior incentivador: o pai. O livro de Ivan, “Insônia do Vampiro”, retrata toda a história do Brasil. Ele explicou que como a história do Brasil é extensa, resolveu criar um personagem imortal, no caso um vampiro.
No caso de Annie Müller, quando estava na transição da adolescência para a vida adulta resolveu escrever um livro em que o personagem enfrentava a mesma situação: se encontrar no mundo. Annie ainda comentou que um livro deve ser escrito com a mesma importância que se escolhe uma roupa: olhá-lo diversas vezes antes de aprová-lo. Outro autor que se inspirou nos seus próprios sentimentos foi Miguel Sanches Neto: “eu sou o menino do meu livro, que muito se apaixonou. Minha inspiração, fui eu mesmo, para a criação do Raimundo” e comenta que “Chove sobre minha infância” foi o seu livro preferido de escrever, por ser autobiográfico. Como ele disse: “Contava os podres da família”.
Leusa Araújo ficou encarregada de contar um pouco de o porquê escrever o “Livro do cabelo”, ela declarou que “O cabelo guarda o que a gente é. A gente morre, mas o cabelo continua a crescer”. Seu livro retrata as tendências de cada época, as transformações que o cabelo sofreu ao longo dos anos. Já Eduardo Spohr, além de falar sobre o seu livro “A Batalha do Apocalipse” deu dicas para os pequenos leitores que querem começar a escrever.
Os alunos perderam a vergonha e foram atrás de dicas e inspirações dos seus escritores favoritos. A 7ª Jornadinha Nacional de Literatura contou com um rodízio de 17 escritores e quatro contadores de histórias.
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