Expectativas superadas e a certeza da missão cumprida. Essa é a tônica da conversa com os envolvidos na organização desta 16ª Jornada Nacional de Literatura e 8ª Jornadinha. Um novo modelo de Jornada, sem perder a sua essência, reforçou o envolvimento da comunidade, o contato com novas dimensões de leitura e arte. A paixão pelo “ler” faz com que todas as vozes partilhem de um mesmo tom: que venha o próximo capítulo desta história.
O capital humano foi o diferencial para o sucesso desta edição. O envolvimento de quem fez a Jornada acontecer (seja trabalhando ou assistindo) potencializou o sucesso do evento, explica o coordenador da Jornada, Prof. Miguel Rettenmaier.
O retorno foi imediato. Alunos, professores, autores e convidados que participaram dos debates elogiaram este novo modelo de Jornada. Segundo o escritor Alexandre de Castro Gomes, o contato com as crianças nas tendas foi de um formato único. “Estou admirado com tudo aqui. Começando pelo formato. Nunca tinha conversado com as crianças nesse formato 360°. É criança sorrindo pra todo lado. E as crianças demonstravam conhecer bem as obras. Até esperava esse preparo delas, mas superou minhas expectativas.”
Este preparo com a escolha das obras, as Estações de Leitura, o Jornalendo, visitas às escolas e todas as demais atividades que antecederam o evento foram fundamentais para que os leitores pudessem reascender a paixão pela Jornada. O engajamento de muita gente interessada em promover um evento que contribuísse com a expansão do conhecimento para a comunidade foi crucial para esta realização.
A coordenadora da Jornada, Profª Fabiane Burlamaque conta sobre a relevância e o resultado dos esforços de todos os apoiadores.
O processo de jornalização foi essencial para a participação massiva nas atividades da Jornada. Estudantes da rede municipal de ensino se envolveram fervorosamente em todas as atividades muito antes da Jornada acontecer. A Pré-Jornada abraçou toda essa comunidade para acrescentar ainda mais conhecimento para todos que tem “sede” de leitura. A participação deste público foi excelente, na opinião do secretário municipal de educação, Prof. Edmilson Brandão.
Diante deste contexto, podemos nos perguntar se a literatura está baseada apenas na leitura de textos, no entanto, a arte pode nos explicar que não. Esta Jornada também tem espaço para outros formatos e linguagens que dialogam com a literatura. É o que ressaltam a organizadora das exposições no Espaço Scliar, Profª. Mariane Loch Sbeghen e o secretário municipal de cultura, Pedro Almeida. Eles contam sobre a inovação de expandir as atividades para toda a cidade. Através do Caminho das Artes, a comunidade teve um contato mais próximo com vários artistas e suas obras, além de espetáculos de teatro e de música. Confira no áudio abaixo o que disse a Profª Mariane.
A atuação da comunidade acadêmica também foi muito elogiada pela Vice-reitora de Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (UPF). A Profª. Bernadete Dalmolin salienta que o interesse de universitários e funcionários foi expressivo, justamente pela natureza plural da Jornada. A possibilidade de enxergar além dos muros acadêmicos e buscar novos horizontes foi o principal tempero para a conquista deste público.
O esforço da UPF, juntamente com a Prefeitura Municipal, em estender a Jornada para a comunidade de forma receptiva, deu certo. Segundo o Prefeito Municipal Luciano Azevedo, o trabalho conjunto das duas entidades, com captação de recursos, preparando os professores na rede municipal, levando a Jornada até os bairros foi fundamental para o sucesso do evento, que é um patrimônio da cidade.
– A Jornada não é uma feira do livro e deve ser um movimento permanente. O poder deste evento é transformador para que aqueles que se propõem a frequentar esses espaços.
Quem confirma esse ponto de vista é o Reitor da Universidade, Prof. José Carlos Carles de Souza.
*(Reportagem de Giseli Biazus)
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